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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os perigos que a sua cozinha esconde



  Um dos aspectos que tem merecido particular atenção dos profissionais de saúde é a recorrência com que se verificam intoxicações alimentares em casa, sem que por vezes as pessoas interiorizem que a culpa proveio de deficiente manipulação doméstica...

  Ainda que, de facto, estejam a ser implementadas fortes medidas de prevenção, essencialmente junto das cadeias de produção alimentar e restauração, e também distribuição, a verdade é que, por vezes, esses sistemas falham e equacionam a integridade microbiológica dos alimentos que o consumidor compra, armazena, confecciona e consome em casa. E quando deambulam pelo lar crianças de tenra idade e indivíduos sériores, como os avós que as visitam, vale a pena reforçar os cuidados...todos agradecem!

  A contaminação cruzada, ou re-contaminação, merece neste contexto particular ênfase dado que a transmissão de microrganismos entre distintos alimentos representa um dos maiores perigos alimentares, por vezes negligenciado, e que compromete a segurança que até então foi salvaguardada representando a principal causa das intoxicações alimentares. De facto, microrganismos patogénicos presentes mesmo em baixo nível num alimento podem, ao ser transmitidos para outra matriz alimentar, encontrar aí as condições de desenvolvimento que privilegiam e, num curto espaço de tempo, desencadear uma infecção alimentar.



  Este tipo de contaminação alimentar verifica-se, sobretudo, através de uma manipulação humana incorrecta que permite o contacto directo entre alimentos e/ou por acção de utensílios (ex. facas, tábuas, etc.) que contactam entre si. Salienta-se que a contaminação cruzada, ou re-contaminação, pode ocorrer:

- Entre alimentos crus: ocorre frequentemente entre alimentos de origem vegetal (ex. legumes) e alimentos de origem proteica, nomeadamente carne, aves e peixe. Existem microrganismos que predominam nos legumes e encontram nos alimentos, de origem animal, uma oportunidade para se desenvolver até níveis capazes de propiciar a doença se não forem cozinhados por um período de tempo, e temperatura adequada, capaz de os eliminar (ex. alface que decora carne ou peixe exposto num restaurante);
- Entre alimentos crus e cozinhados: geralmente verifica-se por contacto entre superfícies, e utensílios contaminados na preparação culinária Ocorre frequentemente nos frigoríficos quando os alimentos se encontram expostos ao ar (ex. carne a descongelar liberta sucos que vão alcançar uma carne assada que não será devidamente re-aquecida);

- Entre pontos de contacto mal higienizados e os alimentos (crus ou cozinhados): acontece comummente quando um alimento entra em contacto com uma área que esteja contaminada provocada por deficientes condições de higiene. Ex. pessoa que manuseia um alimento sem lavagem de mãos prévia. A intoxicação alimentar poderá despoletar se o alimento for então armazenado no frigorífico, permitindo o desenvolvimento microbiológico, e depois ser indevidamente re-aquecido ou preparado.



Saiba pois que a melhor forma de se proteger contra uma infecção alimentar provocada por contaminação alimentar cruzada reside:

- na preocupação em adquirir alimentos bem frescos,

- separar alimentos crus de cozinhados,

- transportá-los e conservá-los em embalagens estanques,

- assegurar boas condições de higiene na cozinha e nas superfícies de contacto (mãos, tábuas, luvas) e

- re-aquecer os alimentos por um período de tempo prolongado e não apenas até estar pronto a consumir.

  A implementação assídua destas directrizes permitirão, com evidente sucesso, promover a qualidade de saúde de todos os membros existentes no lar. 

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